Lucro da Jalles Machado mais que dobra na safra 2021/22, para R$ 387,9 milhões.
Grupo registrou moagem recorde no período, com 5,36 milhões de toneladas
A Jalles Machado, uma das maiores produtoras de açúcar e etanol da região Centro-Oeste, reportou nesta segunda-feira, 13, um lucro líquido de R$ 387,9 milhões referente à safra 2021/22, uma disparada de 127,6% comparada à temporada anterior, acompanhada por uma máxima histórica na moagem de cana.
A companhia ainda registrou lucro líquido de R$ 113 milhões no quarto trimestre do ano fiscal 2022, aumento de 58,7% ante igual período do ano fiscal anterior.
O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) ajustado atingiu R$ 1,098 bilhão na safra, avanço de 54,7%.
A receita líquida somou R$ 1,45 bilhão em 2021/22, 33,5% acima da obtida em 2020/21, quando pela primeira vez a companhia havia superado a marca de R$ 1 bilhão.
“A nossa estratégia de ampliar os estoques visando nos beneficiar dos preços mais altos da entressafra se mostrou acertada, contribuindo para a boa performance operacional e o aumento da receita líquida”, disse a companhia.
A moagem de cana alcançou 5,357 milhões de toneladas na temporada, 1,2% a mais em relação ao ciclo anterior e um novo recorde operacional, disse a empresa em balanço.
Segundo a Jalles Machado, um aspecto importante para o desempenho foi a produtividade, visto que a região de atuação da empresa não sofreu no decorrer da safra com adversidades climáticas que provocaram quebra de safra em outras regiões do país (em média 13% na safra do Centro-Sul), além do fato de terem irrigação em 61% da área produtiva.
“O volume recorde de moagem na safra 2021/22 combinado com o maior teor de açúcar da cana processada no decorrer do período, resultou em uma produção total de 739,5 mil toneladas de ATR (açúcar e etanol), volume 1,4% superior com o produzido na safra anterior, de 729 mil toneladas”, afirmou a companhia.
O mix de produção foi similar ao da safra anterior, com 53,2% da matéria-prima destinada à fabricação de etanol e 46,8% para o açúcar.
A Jalles Machado produziu 316,3 mil toneladas de açúcar, volume que ficou 1,1% acima do registrado na safra anterior, com destaque para a produção de açúcar orgânico, que aumentou em 3,4%.
“O volume total de açúcar branco, orgânico e VHP faturado no decorrer do exercício foi de 297,9 mil toneladas, o que representa queda de 8,5% ante 2020/21, enquanto o volume total de etanol (hidratado, orgânico e anidro) apresentou acréscimo de 4,9%, somando 207,9 mil metros cúbicos na safra 2021/22”, detalha.
A comercialização de açúcar orgânico diminuiu 27,5% em 2021/22, para 58 mil toneladas. Segundo a companhia, a menor disponibilidade de navios e contêineres fez com que parte dos clientes solicitasse a postergação de embarques de mercadorias já contratadas para os EUA até a normalização no preço dos fretes.
“O produto não escoado está vendido e com preço já determinado em dólares, porém ainda não foi faturado pois permanece em estoque”, disse a empresa em nota.
A produção de etanol foi de 240,7 mil metros cúbicos, aumento de 1,7%, considerando o hidratado, anidro e saneantes.
Para completar, a Jalles Machado encerrou a temporada com uma dívida líquida de R$ 147 milhões, o que representa uma queda de 25,9% em relação à posição de um ano antes.
Com isso, o índice de alavancagem divulgado pela companhia caiu de 0,3 vez para 0,1 vez.
Safra 2022/23
Separadamente, a companhia divulgou algumas projeções para a safra 2022/23, que começou em 1º de abril. O processamento de cana deve ficar entre 5,2 milhões e 5,35 milhões de toneladas. Já a produtividade é estimada em 90 a 93 toneladas por hectare. O índice médio de Açúcares Totais Recuperáveis (ATR) deve ficar entre 143 e 145 quilos por tonelada.
Do total de matéria-prima, entre 42% e 45% devem ser destinados ao açúcar e entre 55% e 58%, ao etanol.
Sobre os gargalos atuais decorrentes da guerra entre Rússia e Ucrânia, a empresa destacou que sua vantagem competitiva é ter 23 mil hectares de área orgânica (mais de 30% da área cultivada), que não utiliza fertilizantes e defensivos químicos.
“Outro ponto muito relevante é que, dentre os três principais insumos agrícolas utilizados – nitrogênio, fósforo e potássio –, nós possuímos quase 70% de autossuficiência em potássio, obtido por meio da aplicação da vinhaça, subproduto da cana. Além de possuirmos estoque de insumos e matéria-prima para toda a safra 2022/23”, completa.
Nayara Figueiredo
Com informações adicionais da Agência Estado; edição NovaCana
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