Governo Federal estuda juros mais atrativos para culturas agrícolas ‘importantes’ do Brasil

 

Governo Federal estuda juros mais atrativos para culturas agrícolas ‘importantes’ do Brasil.

Medida teria como objetivo reduzir os preços dos alimentos

Créditos Estevão Taiar, Rafael Walendorff e Ruan Amorim, Valor — Brasília/Globo Rural.

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Governo Federal estuda juros mais atrativos para culturas agrícolas ‘importantes’ do Brasil.

Medida teria como objetivo reduzir os preços dos alimentos

Créditos Estevão Taiar, Rafael Walendorff e Ruan Amorim, Valor — Brasília/Globo Rural.

O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, afirmou nesta quarta-feira (29/1) que o governo federal estuda cobrar taxas de juros mais atrativas de médios produtores para culturas consideradas “importantes”, como arroz, feijão e hortifrútis, a fim de diminuir os preços dos alimentos.

“Em virtude da Selic tão alta, vamos ver o que é importante: arroz, feijão, hortifrútis, para serem mais estimulados”, disse na saída do Ministério da Fazenda, depois de reunião com o titular da pasta, Fernando Haddad. “Isso ajuda contra a inflação.”

Esse tipo de estímulo já é aplicado no Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) desde 2023. No Plano Safra 24/25, a produção de alimentos básicos têm juros de 3% ao ano para pequenos produtores. A medida, em estudo, pode ser estendida para o Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural (Pronamp).

Fávaro, no entanto, não estimou os custos para implementação da iniciativa. A redução das taxas finais aos agricultores gera impacto no orçamento destinado à equalização dos juros pelo governo federal em cenário de aperto fiscal.

De acordo com Fávaro, as medidas que vêm sendo estudadas não são heterodoxas e, caso sejam adotadas, terão caráter “pontual” e “sem nenhuma pirotecnia”. Alíquotas do imposto de importação sobre determinados alimentos, por exemplo, seriam diminuídas apenas “eventualmente, se tiver necessidade, sem afetar a produção interna”.

Segundo o ministro, a queda do dólar em relação a dezembro e a “supersafra que se avizinha” já ajudam a diminuir os preços dos alimentos.

Ele também afirmou que, “quando a gente bate recordes de exportação [de alimentos], não está concorrendo com o mercado interno”.

“Ao contrário, nós estamos estimulando a economia, gerando emprego, renda mais alta para o brasileiro, que consegue comprar mais alimentos”, disse.

O preço dos alimentos será debatido em nova reunião nesta quinta-feira (30/1), no Ministério da Fazenda, com a participação do Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar e a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).