Créditos Xinhua.
Brasil se declara livre da febre aftosa sem vacinação
Rio de Janeiro, 2 mai (Xinhua) -- O Brasil, um dos principais produtores e exportadores de carne do mundo, anunciou nesta quinta-feira que está livre da febre aftosa e que já não é necessário vacinar os rebanhos contra a doença.
Em pronunciamento à imprensa no Palácio do Planalto, o vice-presidente da República Geraldo Alckmin comentou o anúncio, publicado mais cedo no Diário Oficial da União. "Hoje é um dia histórico, porque sempre o Brasil sonhou ser um país livre de febre aftosa sem vacinação, que é um estágio extremamente elevado em sanidade animal e de boa defesa agropecuária".
Como consequência, foi suspensa a imunização dos rebanhos em todos os estados brasileiros. A última ocorrência da doença em território nacional foi em 2006.
Recentemente, o Ministério da Agricultura e Pecuária antecipou a última campanha de imunização nos estados de Alagoas, Ceará, Paraíba, Pernambuco e Rio Grande do Norte, que ainda não tinham o reconhecimento do fim da doença.
A expectativa agora é conseguir antecipar o reconhecimento internacional dessas áreas, o que pode facilitar aberturas de mercados. A meta do Brasil é ser reconhecido internacionalmente totalmente livre de febre aftosa sem vacinação até 2026.
O secretário de Defesa Agropecuária, Carlos Goulart, informou que, em agosto, o Ministério deve enviar os resultados da suspensão da vacinação no Brasil para a Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA) e que se espera que a auditoria do órgão esteja concluída até maio de 2025.
"Este talvez seja o desafio mais difícil que o Brasil tomou em décadas", afirmou o secretário Goulart.
Por sua vez, o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, afirmou que, com o reconhecimento, o Brasil poderá entrar em "um patamar antes não acessado" e vender para Japão e Coreia do Sul.
"O que significa isso? Não é o final de um processo, é o início de um processo em que o Brasil troca de patamar, com um grupo de elite sanitária mundial, que é muito mais difícil de se manter. Pela lógica, ao retirar a vacina nós ficamos mais vulneráveis, mas com dedicação nós vamos atingir mercados muito exigentes", afirmou Fávaro.
Os estados do Acre, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Rondônia, bem como partes do Amazonas e Mato Grosso já contam com o reconhecimento internacional da OMSA, e não vacinam seus rebanhos.
Para conquistar o reconhecimento internacional, a OMSA exige a suspensão da vacinação contra a febre aftosa e a proibição de ingresso de animais vacinados nos estados e regiões propostas por pelo menos 12 meses.
Comentários
Postar um comentário